O livro conta a história de um garoto de 17 anos que em duas décadas construiu a maior rede de lojas de chocolates do mundo.
Aos 17 anos, com a impaciência típica da idade, Alexandre Tadeu Costa achava que já sabia o suficiente para começar o meu próprio negócio de venda de porta em porta. Queria mostrar que seria capaz de ganhar meu próprio dinheiro.
A mãe era vendedora de porta a porta. A ideia era não competir com ela. Lembrou que alguns anos antes ela tentou incluir chocolates artesanais no catálogo, mas não deu certo. O fornecedor não conseguiu honrar as encomendas e as clientes ficaram sem os seus pedidos. A mãe tentou dissuadi-lo da ideia, por conta da má experiência de antes.
Alexandre não entendia de chocolate e não sabia se tinha vocação real para ser vendedor. Mas a possibilidade de ganhar seu próprio dinheiro estava deixando-o muito entusiasmado. Saiu à procura de possíveis fornecedores, fez acordo com uma fábrica, estabeleceu a margem de lucro e criou a tabela de preços. Com tudo pronto, recrutou cinco vendedoras e saiu vender. Na hora de pegar os ovos para entrega descobriu que a fábrica estava sem o campeão de vendas em estoque. O ovo de 50 gramas. Ele tinha se baseado numa tabela antiga e vendido um produto que não era mais fabricado. E não tinha conferido se a fabrica dispunha de todos os formatos que estava vendendo. Um erro tremendo, que levou a vender 2 mil unidades de um produto que não existia.
Naquele momento ele percebeu que era preciso escolher entre os dois únicos caminhos possíveis: o primeiro seria aceitar a derrota e desistir de vez do recém-nascido projeto de ter um negócio próprio. O segundo seria lutar até o fim para tentar encontrar uma saída. E foi o que ele decidiu fazer.
Ele saiu à procura de outros fornecedores que pudessem fazer o pedido, mas não achou um que pudesse atendê-lo. Tentou em lojas atacadistas, mas também não encontrou. Num destes atacados, já meio desesperado a solução apareceu. Ele encontrou uma senhora que, depois de ouvir a história, sugeriu que ele fabricasse seus próprios ovos. E ela se ofereceu para ajudar a moldar os ovos, cedendo a própria cozinha para ele poder trabalhar.
Emprestou o dinheiro necessário para comprar a matéria prima de um tio, trabalhou por dois dias e duas noites seguidas. Depois de conseguir entregar todos os ovos surgiu a dúvida: o que fazer dali para a frente? Depois de vários experimentos para chegar ao resultado desejado, ele começou a fazer trufas. Adotou uma estratégia de distribuição maciça nas casas da região. Distribuiu amostras e folhetos. Divulgou para padarias, mercearias e mercadinhos e aos poucos construiu a empresa que em 2010 chegou a 1.000 lojas.
Veja alguns dos pontos ressaltados por ele no livro, sobre os pilares da empresa:
Quando sabemos com clareza aonde queremos chegar, fica bem mais fácil focar no que é de fato importante. Estabelecer metas arrojadas e associá-las a prazos é fundamental para o crescimento. Nesse caminho, ninguém está livre de encontrar obstáculos. Pense neles como um tempero que ressalta o sabor das conquistas.
Disciplina deve ser a palavra de ordem em qualquer empresa. Quando se trabalha com seriedade e dedicação, oportunidades surgem das formas mais inesperadas. Mas nada cai do céu. Devemos saber falar não sempre que necessário e ao mesmo tempo resistir a cada não que a vida tenta impor. E jamais ter medo de errar: isso faz parte do aprendizado e ensina lições preciosas para o futuro.
Muitos empreendedores iniciantes se deixam seduzir pelos primeiros lucros e esquecem que o reinvestimento é caminho obrigatório para crescer com solidez. Sonhos pessoais devem ficar em segundo plano. Salvo casos extraordinários, são necessários anos e anos de presença constante à frente da equipe e de comprometimento pessoal com o trabalho até alcançar outro estágio.
Num mundo em que tudo muda muito rápido, conformar-se com o lugar em que se chegou é o primeiro passo para a estagnação. As conquistas de hoje devem ser apenas um degrau para as conquistas de amanhã. Jamais devemos perder a vontade de aprender coisas novas, possibilidade que está o tempo todo ao nosso alcance – basta ter humildade para compreender que nunca sabemos o suficiente.
A rotina é um problema para qualquer negócio. Sempre é possível ser criativo e se diferenciar pela qualidade, o atendimento, o preço ou, melhor ainda, pela combinação de tudo isso. Um empreendedor deve assumir o compromisso de inovar sempre, nem que seja um pouco por dia. E jamais perder o entusiasmo ao enfrentar resistência: as grandes inovações sempre parecem ideias arrojadas demais.
Todo mundo gosta de ser bem tratado. Numa empresa, o exemplo do líder não é importante apenas nos aspectos diretamente relacionados ao trabalho, mas também na forma como ele lida com as pessoas e contribui para que cresçam. Levar colaboradores, parceiros e clientes a se sentirem realizados não é o caminho mais simples, mas é certamente o mais belo para encontrar a própria realização.
Um dia vivido sem paixão é um dia desperdiçado. O trabalho é um aspecto da vida que consome grande parte das nossas horas, e quem não trabalha com paixão está jogando tempo fora. O grande desafio para empreendedores é crescer sem perder a essência – aquilo que carregamos dentro do coração e nos faz acordar felizes a cada dia.